Paternalismo

"Não pergunte o que o seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer para o seu país". - John F. Kennedy. Essa frase de JFK é a oposição às políticas paternalistas. Nós, que somos um país habituados aos "painhos" e aos "coronés", sabemos muito bem o que é paternalismo.

O paternalismo torna o cidadão infantil, irresponsável, alguém passa a esperar pelas benécies do pai estado para prover a sua subsistência. Longe de querer fazer uma análise aprofundada no processo, mas em todos os campos - e nas cidades! - estão a aflorar aqueles que eternamente esperam.

Somos conhecidos como país do futuro pela eterna esperança do amadurecimento, não crescemos... somos os eternos infantes...

Promessa

Atualizo o blog com a promessa de criar outros posts para recuperar os meses perdido no blog. Eu sei, já escrevi, "não há nada mais velho do que um post velho". Mas nem sempre há um motivo, eis que nem sempre o blog é datado, ou seja, é composto de conteúdo vinculado ao tempo. De uma forma ou de outra, vou recuperar os posts, já é uma questão pessoal.

Nosso presidente viaja e o presidente da camara assume a presidência. Dois comentários em um. O presidente viaja à Venezuela depois de eleito; antes evitou - e até solicitou que Chavez se isolasse dele - o contato; Chavez é pule de azar. Nada de extraordinário no fato do presidente da câmara assumir a presidente, segue a ordem constitucional de sucessão nos impedimentos do presidente.

Ah! Mas trata-se do primeiro comunista... Pera aí! E daí? Isso não quer dizer pipocas. Ele não foi eleito para o cargo e ponto final; como eu disse, simples mandamus constitucional no impedimento do presidente. Além do mais, essa coisa de comunista já era, ou melhor, a típica filosofia política natimorta: morreu antes mesmo de nascer.

Até que enfim!

Transcrevo um post do meu outro blog, do Domrs, porque ele tem tudo a ver com os últimos comentários que fiz nesse blog. Confiram:

Sou obrigado a registrar que a candidata Heloísa Helena, de quem eu afirmei ser a última das alternativas eleitorais válidas - vá lá, está bem! Talvez a penúltima ante a possibilidade de reeleição do apedeuta! -, cresce enormemente no meu conceito ao declarar em entrevista que: "Seria desonestidade intelectual da minha parte dizer que vou implementar o socialismo. Não há na Terra uma só experiência verdadeira do regime."

Até que enfim! Até que enfim! Aleluia! Aleluia! Até que enfim escuto da boca de alguém que se diz "socialista" essa verdade que não canso de pronunciar aos quatro ventos. Vou repetir porque merece ser repetida mil vezes: "Seria desonestidade intelectual da minha parte dizer que vou implementar o socialismo. Não há na Terra uma só experiência verdadeira do regime." Todos os partidos que defendem essa idéia são desonestos intelectualmente, ou seja, vendem um sonho impossível.

Ou seja, o socialismo continua utópico, e acrescento: por contrariar uma característica humana fundamental, - infelizmente somos todos egoístas! - nunca coexistirá com a liberdade! Escrevam: O SOCIALISMO COMO ESTÁ PROPOSTO NÃO COEXISTE COM A DEMOCRACIA! O ideal socialista de repartição dos recursos, ou contrário a acumulação capitalista só pode ser atingido pela força. Qualquer outra idéia é sonho romântico de jovem idealista - que é até válido quando se têm espinhas na cara -, entendo, mas impossível de ser concretizado na prática.

Entendam bem o que escrevi: Não estou afirmando que o socialismo é uma impossibilidade; afirmo que pregá-lo junto com democracia é desonestidade intelectual. A igualdade social de Cuba com seus salários de 4 dólares e cupons de racionamento é ótima! Mas só existe porque um ditador ocupa o poder há 47 anos; e porque o povo vive sem liberdade - sabiam que não há telefone celular na ilha pela impossibilidade do governo de controlar o sistema? Então não venham defender a ilha como modelo de paraíso terrestre! E tanto contraria a natureza humana que milhares enfrentam até tubarões para escapar desse paraíso!

Mas o nosso problema é outro; o furo é mais embaixo. Como dizia Ruy Barbosa: "Cada povo tem o governo que merece."

Quando o crime compensa

O que assustou no caso Suzane von Richtofen foi a inadequação ao arquétipo criminoso. Ou a falta de um argumento, e um motivador forte para o crime. Restou um crime por motivos banais. A busca dos traços lombrosianos falhou. Restou uma menina comum, de família. Que "poderia ser a filha de qualquer um". Com os restos a sociedade fez uma espécie de reflexão: Como estamos educando os nossos filhos?

O que assusta são alguns resultados das pesquisas eleitorais, quando você começar a pensar que o crime compensa. Se aqueles que nos achacaram, que compraram consciências, confessaram o desvio de dinheiro público ainda continuam sendo os preferidos pelo povo, então o futuro atende ao nosso desejo: queremos ser um povo eternamente roubado.

O que assusta mesmo é a falta de alternativas...

Questão de escala de valores

O Eduardo comentou meu post sobre a nossa desmedida paixão sobre o futebol com propriedade. Colocou alguns pressupostos básicos e corretos; é mais questão de priorizar valores do que invalidar qualquer um deles. Também não há porque reafirmar coisas do tipo "eu sou livre inclusive para fazer o que eu quero", onde se incluí até o que está errado, isso é óbvio e, de certa forma, se formos raciocinar sob este prisma, somos livres até para matar; desde que paguemos o preço exigido pela lei - veja que o sofisma não funciona sempre e para tudo!

O grande problema entre discutir teorias econômicas apresentando críticas a modelos atuais funcionais, e contrapondo a eles modelos teóricos é a teoria pura. E teoria inútil porque os modelos teóricos apresentados não possuem aplicações práticas ou modelos testados. Por exemplo, acho interessante quando defendem o comunismo como o sistema ideal, mas não apresentam nenhum exemplo prático e funcional de sucesso do sistema; ao contrário, tudo o que foi feito até hoje dentro dessa filosofia deu errado. Assim, se for para ficar em teorias puras, vamos continuar até o fim dos tempos sendo o "pais do futuro" - e eu acrescento: do pretérito.

Apresentar como solução teorias idealistas mas que não levam a lugar nenhum? Adoro quando dizem, isso tudo se resolve com educação. Não desacredito disso, mas se é tão fácil a solução porque ninguém resolveu até hoje? Apresentar soluções baseadas no "éden cristão", coisa do tipo: se os homens não tiveram mais ganância o problema mundial estará resolvido; ou, se formos todos bons não haverá maldade; não parece ser uma filosofia sensata, prática e útil.

Mas é como eu digo: cada um com seu cada um...

Cardápio

Muitas novidades, embora a mídia só tenha olhos para a nossa seleção, só se respira futebol nesse país até que sejamos hexacampeões ou até a derrocada final, o que primeiro ocorrer. Nosso presidente torneiro-mecânico continua gastando os tubos, por conta da burra da viúva para a sua reeleição, gastando, é claro, em medidas eleitoreiras, tudo voltado para a matutagem que é onde se concentra o seu curral, entre a plebe ignara.

Por essas e por outras que dá um certo mal-estar com esse nosso sistema; como diz o meu irmão: para se conceder uma carteira de motorista é necessário fazer curso teórico e prático, provas de legislação, provas médicas, exame psicotécnico, prova prática. Tudo isso para dirigir um carro, que pode ser uma arma, você pode matar um dois com um carro. Para dar um título para um semi analfabeto não precisa nada; e um voto pode matar milhões quando escolhe mal.

Seleção, Mensalão, Reeleição, falta de educação, tudo termina com ão, e tudo ajuda a levar a essa confusão eterna em que sempre vivemos. Que mais eu posso dizer? Ou fazer?

Agora tudo vira um tom monocórdio...

Daqui para frente você vai ouvir muito falar em seleção brasileiro e hexacampeonato. Se ganharmos o hexa, então, será um nojo. Não tenho nada contra a seleção, ou contra o hexa, só acho que com tantas coisas importantes para se preocupar o brasileiro dá atenção demais para esse assunto; ou seja, não coloca as coisas na real dimensão de importância que elas merecem.

De que vale nos sermos pertacampeões mundiais de futebol se somos campeões mundiais em violência, em pior distribuição de renda, na cobrança de juros, em analfabetos funcionais - que leem e não entendem o que leram - em corrupção e roubos no governo e na política. Esses são os números que realmente interessam! Eu preferia não ter um único título no futebol, mas ter, por exemplo, os índices de desenvolvimento da Finlândia - que não é campeã de nada no futebol.

Nosso povo se preocupa demasiadamente, desmesuradamente com coisas que não interessam, e não se preocupa com as coisas que lhe dizem respeito. Eu sei que não vou mudar isso, são forte tradições culturais arraigadas na massa, mas faço a minha parte, denuncio, não alimento em demasia o que não interessa.

Adicionar valor

Como estamos em época de usabilidade, de web 2.0, embora eu ache que o pessoal não conseguiu nem aprender a 1.0, que já era motor demais para a maioria dos usuários, eu gostaria de acrescentar, de adicionar algum valor prático a esse weblog, ao Adido, até para combinar com o nome, adido, adicionar.

Pensando nisso fui até ao nosso deus e mentor, ao São Google, buscar algum assunto que pudesse ser de interesse, vamos dizer, da média dos internautas. Procurei por novas tecnologias e descobri algumas curiosidades dignas de nota, interessantes até: você sabia que em Cuba não existem telefones celulares?

A alegação é de que telefones celulares são muito difíceis de controlar, como grampear todos eles? Você abre e logo, logo todo mundo pode falar com todo mundo, e todo mundo falando com todo mundo não dá bom resultado. O melhor é cada um ficar mesmo com os velhos telefones estatais grampeados.

Mas continuei minha busca em São Google, sempre procurando por assuntos interessantes. Descobri, por exemplo, que na seção de Ferramentas de Linguagem do Google existem traduções para linguagens bens interessantes - além das trocentas outras usuais:
Latin - http://www.google.com/advanced_search?hl=la
klingoniano - http://www.google.com/advanced_search?hl=xx-klingon
Língua do p - http://www.google.com/intl/xx-piglatin/
Hortelino Trocaletras - http://www.google.com/advanced_search?hl=xx-elmer
Hacker - http://www.google.com/advanced_search?hl=xx-hacker
E, lembram do "Homem Que Sabia Javanês" do Lima Barreto?
Javanês - http://www.google.com/intl/jw/

Achando que este post já estava ficando grande demais, contrariando uma das leis de "São Post" ("não tegiversarás, mesmo porque eles, assim como nosso querido e sábio presidente, tem muita 'preguiça desgramada' para ler"), achei que era hora de dar por encerradas as minhas pesquisas.

Um grande beijo e até a próxima!

Tiradentes, Descobrimento, Dia da Terra

Seguindo nas comemorações desse abril pródigo em datas comemorativas, tivemos no dia 21 o dia de Tiradentes. Joaquim José da Silva Xavier, o Alferes Tiradentes, que morreu enforcado e teve seu corpo esquartejado pelo Governo Imperial por sua participação na Inconfidência Mineira. Depois de três anos enclausurado, Tiradentes perdeu a vida e passou para a história como o mártir da independência.

No dia 22 de abril comemoramos os 506 anos de descobrimento do Brasil, quando Pedro Álvares Cabral e suas caravelas chegaram a Porto Seguro. Segundo dizem ainda somos uma nação infante, embora 506 anos me pareça uma idade considerável, mas, sabe-se lá, quem sabe quando chegarmos aos 1.000 anos seremos uma nação adolescente.

Bem mais antiga é a nossa terra, e nesse dia 22 de abril é comemorado o Dia da Terra, da Gaia mãe, tão espezinhada por seus filhos. Talvez algum dia os filhos do planeta aprendam a viver protegendo a natureza, o meio ambiente.

Os coelhos e os ovos

Se os coelhos não são ovíparos, não põem ovos, qual o sentido de se adotar o coelho como um símbolo pascal? Quer entender mais um pouco sobre o feriado da páscoa? Leia o texto a seguir:

Muito antes de Cristo, a Páscoa era uma festa associada ao calendário, era a festa que anunciava o fim do inverno e a chegada da primavera. A palavra "páscoa", hebreu "peschad", grego "paskha", latim "pache", significa "passagem", ou a transição anunciada pelo equinócio de primavera - hemisfério norte 20 ou 21/03, sul 22 ou 23/09.

Na Idade Média os antigos povos pagãos europeus homenageavam Ostera, ou Esther – páscoa em inglês. Ostera é a deusa da primavera, simboliza a vida que brota na natureza, que ressurge depois do inverno. Segura um ovo - símbolo de uma nova vida - na mão enquanto observa um coelho*, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. Ostera equivale, na mitologia grega, a Persephone, e a Ceres na romana.

O Domingo de Páscoa era determinado pelo antigo sistema de calendário lunar, que coloca o feriado no primeiro domingo após a primeira lua cheia ou seguindo o equinócio. *O coelho que acompanha Ostera, na realidade é o deus Saxão da fertilidade Eostre, que a acompanha durante o festival, por esta razão, o símbolo do coelho de páscoa na tradição cristã. O coelho é também um símbolo de fertilidade e da fortuna.

A Festa de Ostara foi "cristianizada", como a maior parte dos antigos deuses pagãos, sendo adptada para a Páscoa, conservando os símbolos do ovo e do coelho - na verdade o deus Eostre. Sua data cristã foi fixada durante o Concílio de Nicéa, em 325 d.C., como sendo "o primeiro Domingo após a primeira Lua Cheia que ocorre após ou no equinócio da primavera boreal, adotado como sendo 21 de março.

A festa da Páscoa passou a ser uma festa cristã após a última ceia de Jesus com os apóstolos, na Quinta-feira santa. Os fiéis cristãos celebram a ressurreição de Cristo e sua elevação ao céu. As imagens deste momento são a morte de Jesus na cruz e a sua aparição. A celebração sempre começa na Quarta-feira de cinzas e termina no Domingo de Páscoa: é a chamada semana santa.

O significado cristão da Páscoa é a celebração da ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu, até sua ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. É o dia santo mais importante da religião cristã, quando as pessoas vão às igrejas e participam de cerimônias religiosas.

A Páscoa judaica é o Pessach, celebrada por 8 dias e marca o Êxodo, a sua libertação da escravidão do Egito acontecido há 3.275 anos, liderados por Moisés através do mar vermelho e do deserto do Sinai. O evento compreende a libertação do Egito, a caminhada pelo deserto e a aliança no monte Sinai - quando Moisés recebe os Dez Mandamentos.

Os símbolos da Páscoa
Os ovos de páscoa
Egípcios e persas pintavam ovos como uma forma de presentear amigos; cristãos do oriente foram os primeiros utilizar os ovos como símbolos da ressurreição; nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos, ou decorá-los com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outros símbolos religiosos. Os ovos não eram comestíveis, mas um presente original simbolizando a ressurreição. Antigamente havia o costume de revestir ovos ocos de galinha com açúcar e chocolate e recheá-los com amendoim. Os ovos de chocolate são uma tradição moderna.

Os coelhos
A tradição do coelho da Páscoa foi trazida para as Américas pelos imigrantes alemães em meados do século 18. O coelho visitava as crianças e escondiam os ovinhos para que elas os procurassem. No antigo Egito o coelho simbolizava o nascimento, a vida. Em outros pontos da terra era símbolo da fertilidade, pelo grande número de filhotes que nasciam. Eles também têm a ver com a vida, mas à abundância da vida, inesgotável, de se multiplicar sem se esgotar.

Carequinha

Faleceu na madrugada desta quarta-feira, aos 90 anos de idade, Carequinha (George Savalla Gomes - *18/7/1915 Carangola, MG - + 05/4/2006 - São Gonçalo, RJ), artista de circo, cantor, compositor . Sua mãe era trapezista e seu nascimento foi num picadeiro de circo, logo após o espetáculo em que ela sentiu as dores do parto quando se equilibrava no arame.

Na década de 80 apresentou um programa infantil na extinta Rede Manchete. Antes disso, em 1951, apresentou, na TV Tupi o Circo Bombril. A música 'O Bom Menino' é sua música mais conhecida.

Neto de Savala, dono do Circo Peruano, no qual começou a trabalhar em 1920, aos cinco anos de idade, recebeu o apelido de Carequinha do seu pai e declarou em entrevista recente que "queria ser enterrado pintado como o personagem que o consagrou, o Palhaço Carequinha.

É preciso categoria

Até para fazer o povo de palhaço, para tripudiar com a população é preciso uma certa categoria, um certo nível que esse governo não tem. E isso fica muito ruim para o povo, mentir dessa forma para a população é menosprezar a inteligência da massa. Não se deve achincalhar com a população, isso ofende duplamente o povo, além de fazer o usual papel de palhaço, também é obrigado a passar por estúpido.

Para mentir é preciso ter uma certa sutileza. Querem ver como eu tenho razão? Veja se não precisa ser um estúpido para acreditar nessa: -disseram que a movimentação financeira do caseiro Francenildo - 38 mil reais - era um assunto tão importante, mas tão importante, que foi parar nas mãos do presidente da Caixa Econômica Federal, e que - pela gravidade do caso - encaminhou o assunto para o Coafi.

Cruzes!

Ah! Se eu pudesse...

... fazer voltar o tempo, retroceder dias, meses, anos. Voltar o tempo sem retirar a experiência, sem apagar os ensinamentos da memória. Nunca deixaria escapar aquela! Aquela oportunidade, aquela chance, aquela vaga, aquela garota. Paga-se o preço da inexperiência, vacila-se, hesita-se, deixa-se passar a chance, que muitas vezes é única e nunca mais se repete na vida.

Não escolheria aquele caminho na encruzilhada. Não teria dito aquelas palavras, não naquela ocasião, nem teria perdido a chance de dizer naquela outra em que fiquei calado e não devia. Teria estudado melhor aquelas matérias, prestado mais atenção às aulas, teria me empenhado mais no curso.

Estranho os que dizem que se pudessem voltar no tempo não fariam nada diferente na vida. Eu seria justamente o contrário, faria quase tudo diferente, mudaria tantos rumos, tantas escolhas nessa minha vida. Se eu estou infeliz com as escolhas que eu tomei? Não, de forma nenhuma! Foram as melhores escolhas de acordo com a experiência que eu tinha. Fiz o melhor que eu pude, tenho consciência disso.

Faltou no Carnaval!

Foi isso o que me faltou no carnaval: livros em quantidade para passar o tempo inteiro lendo. Confesso para vocês que já cansei de ficar assistindo a desfile de escolas de sambas. Eu olho e vejo sempre a mesma coisa, eu sei que mudam os enrêdos, e tudo o mais, mas, não sei se é pela minha saturação com a coisa toda, tudo sempre me parece igual aos anos anteriores.

Muita mulher com pouca roupa, muito brilho, muita pena, tum, tum, tum, tum...
Tem alguma coisa além disso? Deve ter é claro, o carnaval é cheio de entendidos, fantasias, alegorias, adereços, samba enrêdo, como é mesmo que eles chamam a movimentação da escola, ah, claro!, a evolução, porta-bandeira e mestre-sala, alas, etc.

Eu acompanhei durante muito tempo, varava as madrugadas acompanhando todas as escolas, do início ao fim do carnaval, digo mais, acompanhava, pasmem!, o carnaval burocrático de São Paulo - que agora dizem que melhorou muito -, mas atualmente deu uma canseira de carnaval.

Por isso que falei nos livros, sempre uma grande alternativa para qualquer hora de folga, principalmente num grande feriado como este. Um abraço e até a próxima!

Amanhã, Quem Sabe?

Amanhã, Quem Sabe?
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Amor não é abundante, nem é mar
Amores são poucos, e como o ouro
Não são fáceis de achar, são raros

Quando encontrar um grande amor
Não nutra a ilusão da eternitude
Amores são fracos, duram pouco.

Viva esse amor raro e muito caro
No agora, no hoje e, quem sabe?
Embora não seja sua virtude
Talvez ainda viva no amanhã...
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2006 © - Ronaldo Souza

Criar um factóide?

Eu não encontro uma explicação plausível, um argumento de sustentação lógica, um motivo técnico que me diga uma razão, um motivo que pudesse ter levado o Clube Atlético Paranaense a contratar o técnico alemão Lothar Matthäus. Não vai aqui nenhuma crítica ao técnico ou a pessoa de Lothar Matthäus, sobre o qual, aliás, não tenho a menor informação, mas é porque não vejo a lógica da medida.

Contratar um técnico romeno para treinar as nossas ginastas eu acho algo de extremo bom-senso, algo lógico, um professor de balé, um maestro, mas um técnico de futebol? O que os técnicos de futebol estrangeiros tem a nos ensinar? A intenção é criar um factóide? Ganhar a divulgação da mídia nacional e internacional? Bom, aí já são outros quinhentos. Se é uma medida promocional então eu já não falo mais nada.

"Assumiu a Presidência da Bolívia Evo Morales, O Índio Cocalero"

Andei lendo os - poucos - escritos e as - poucas - idéias do novo presidente da Bolívia, Evo Morales. Chama a atenção pela simplicidade, e não no bom sentido, o homem é muito simples no sentido de que lhe faltam condições para assumir cargo de tamanha relevância, a presidência de um país não é cargo para néscios, ou para semi-alfabetizados - a semelhança de outros presidentes que tenho visto por aí.

Num mundo moderno complexo, onde as exigências são extremas, não há mais espaço para manifestações tribais; a não ser que nos entreguemos a uma cruzada "involucionista", quem sabe, dessa forma, nós não chegaríamos novamente à vida nas cavernas? Há quem defenda esta tese como sendo a verdadeira evolução.

A defesa de Evo Morales das plantações de coca também é primária. Salta aos olhos que o interesse maior não é preservar o hábito cultural milenar de mascar folhas de coca; ainda mais quando se sabe o alto valor da coca no mercado negro. Ou o novo presidente boliviano quer me fazer crer que os índios cocaleros vivem só mascando e comendo as folhas como coelhos?

São cocaleros porque vivem do comércio que fazem das folhas de coca; e o comércio em larga escala das folhas só interessa ao tráfico de drogas, o resto é balela.

Santa dependência, Batman!

A Rede Globo está com a sexta edição do Big Brother no ar. Não vou entrar aqui no mérito da qualidade do programa, nem analisar a tendência ao veyerismo dos seus telespectadores, ou o direito aos 15 minutos de fama dos participantes - que no caso do programa é bem mais do que isso -, ou no sonho de todos eles de atingir o estrelato, ganhar o milhão, ou seja qual for o enfoque que queira se dar ao show televisivo.

O que me chama a atenção é a dependência de uma série de "Canais de Televisão Menores" da programação Rede Globo. Esses canais, em determinados programas, passam o tempo inteiro falando sobre as atrações da coirmã, algo que já é normal com as telenovelas, mas que agora passa a ocorrer com o BBB6. Como os canais tem o direito de veicular, como notícia, até três minutos do programa do concorrente, um desses canais chegou ao cúmulo de mudar a velocidade de exibição, colocou as imagens em "slow motion" para "esticar" esse tempo.

A idéia que fica é de uma total dependência, a tal ponto que se viesse a acontecer algo com a Rede Globo, ou por qualquer motivo esses canais não pudessem falar na concorrente, certamente eles seriam obrigados a fechar as portas por falta de assunto.

Tudo é comércio

Você vê a manchete: "Homem mata as quatro filhas e comete suícidio". A primeira idéia que lhe vem a mente é a imagem da insanidade, motivada certamente por algum distúrbio orgânico ou um desvio comportamental muito grave, não sou profissional nessa área, são só palpites de leigo. Depois a idéia que domina é a de piedade, quantas pessoas não estarão sofrendo fruto desse gesto tresloucado?

Você lê mais um pouco da notícia e fica dividido, entre a realidade brutal do fato, e agora, por saber que esse fato ocorreu na Suécia. Certamente a localização geográfica não retira nenhuma das considerações anteriores, continua sendo um gesto tresloucado, pessoas continuam sofrendo. Mas eu começo a contestar a necessidade da notícia.

Devemos nos manter informado do que ocorre no mundo. Exato. Mas daquilo que possa ter alguma influência ou consequência direta sobre as nossas vidas. Qual a influência que o assassinato múltiplo cometido por um tresloucado na Suécia terá sobre mim aqui em Porto Alegre? Confesso que, agora, podera até vir a ter. Sabem por quê? Porque foi noticiado. Não fosse noticiado aqui e o fato passaria sem consequência alguma aqui.

A imprensa contínua no seu velho sistema, se vende é notícia, não há o compromisso com a ética, uma palavra menor nessas grandes e modernas redações dos dias de hoje.

Lazer? Onde está o dinheiro?

Não sei se esta teoria está correta ou se é só uma impressão minha, eu fico com a impressão de que quanto maior a crise na classe média, mais rigoroso o pessoal fica na seleção do seu lazer. Pegando como exemplo o cinema, ninguém mais arrisca um filme qualquer "só pra ver se é bom"; ou se tem a certeza de que é realmente um bom filme ou não se vai ao cinema; não sei se me entendem, mas parece que não há mais cartuchos para serem queimados com alguma coisa que pode dar certo.

E isso vale para todo o resto, tudo que se refere a lazer "só entra no cardapio" se forem pratos testados e comprovados. Acaba-se ficando com a impressão de que os espetáculos de qualidade estão diminuindo, quando a verdade não é esta, a verdade é que muitos estão perdendo bons espetáculos no temor de gastar o pouco que tem numa experiência que pode dar errada - mas que poderia dar certo também se tivesse uma chance.

A rigor a verba para o lazer não existe, o pessoal é que é muito criativo e acaba dando um jeito, puxa daqui, estica dalí, e conseguem arranjar uns trocos para gastar. Eu, sinceramente, só vejo a caravana passar, vão-se os filmes, peças de teatro, shows, livros, e eu só olhando... olhando de fora, é claro!